DECOLONIALIDADE NO FUTEBOL FEMININO
DOI:
https://doi.org/10.33053/biomotriz.v16i1.715Palavras-chave:
Futebol. Futebol Feminino. Gênero. Colonialidade. Decolonialidade.Resumo
O Futebol, esporte conhecido mundialmente encanta milhões de brasileiras (os). A seleção feminina participou oito vezes na Copa América de Futebol, o qual ganhou sete. Nem sempre a trajetória foi marcada por sucesso. Nos seus primórdios, a participação masculina foi integral e a prática feminina foi proibida, sendo aceita definitivamente na década de 80. Diante disso, o objetivo do manuscrito é abordar de maneira breve a chegada do futebol ao Brasil e a caminhada das mulheres neste esporte no início do século XIX. A pesquisa será ancorada nos estudos de cunho bibliográfico, tendo referencias autores como Ramón Grosfoguel, Gayatri Chakravorty Spivak e María Lugones. Vimos no estudo que a passagem deste público por este desporto foi turbulenta e cercada com muitos preconceitos de ordem corporal, de gênero e um forte patriarcalismo. Outro ponto a se destacar é a imposição do eurocentrismo (Países no Norte) frente aos costumes dos povos latinos (Países do Sul). Neste sentido, os costumes, modos de viver e o gênero que poderia praticar o Futebol e até o seu modo de jogar deveriam seguir o modelo Europeu, ou seja, a colonialidade estava sendo imposta. Ressalta-se que os estudos decoloniais são meios para desmascarar e apresentar a perversidade da estrutura que foi imposta pela colonialidade. Por fim, conclui-se que a decolonialidade robustece os cidadãos para afastar todas as formas de discriminação, preconceitos e de forma a construir uma sociedade melhor e igualitária.
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